Retro/per/spectiva e o mundo que queremos

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Já se vai o primeiro doze avos de 2019 e, por aqui, as coisas começaram com muito trabalho, mas de maneira mais silenciosa, recolhida, atenta e (também) pungente que o habitual. Dediquei energia para a organização e limpeza, internas e externas, para perceber e processar sentimentos. Só agora resolvi colocar 2018 em perspectiva e prospectar desejos do quero construir este ano.

Nossa capacidade de evoluir, depende de aprender com as situações que se apresentam, de olharmos os resultados de nossas ações (e das dos outros) e avaliar quais são os ajustes necessários para alcançarmos nossos objetivos.

Tenho pensando, estudado e falado sobre criatividade e sustentabilidade. Minha abordagem foca principalmente em autoconhecimento, olhar para dentro e para o outro com respeito e dignidade, para construirmos o mundo que desejamos.

Impressionante como a gente vai fazendo conexões, evoluindo ideias, pensamentos e as coisas começam a fazer cada vez mais sentido, mas também começam a tomar proporções e alcançar esferas muito mais profundas que aquelas que a gente imaginou anteriormente.

Tive uma mini-férias desconectado, aproveitando para respirar, aliviado. O ar puro da serra e os banhos frios de cachoeira foram muito bem desfrutados e essenciais para recobrar as energias após um susto que tomou meu fôlego: um problema de saúde muito grave na família; que, felizmente, serviu para fortalecer nossos laços, para fazermos reflexões e compartilhar aprendizados, sem maiores consequências negativas além do susto.

Um destes aprendizados foi não investir tempo e energia no que nos tira tempo e energia sem nos dar o resultado que buscamos, sem contribuir para quem queremos nos tornar, sem nos possibilitar conviver com aqueles que mais gostamos, sem fazer do local que habitamos (e o planeta), um lugar melhor.

Na época da emergência, me lembrei de um TED ao qual assisti quando estava preparando uma palestra. Era o depoimento magistral da Jill Bolte Taylor (todos “precisam" ver este relato) , que é também um livro chamado “My Stroke Of Insight”.

O livro, que li na semana entre idas, vindas e horas no hospital, relata o AVC que a neurocientista de Harvard sofreu, seu processo de recuperação e as novas perspectivas que este acontecimento deu à sua vida. Jill nos dá informações científicas sobre como nosso cérebro funciona e de como este entendimento empírico (esta experiência com ela) foi crucial para ela perceber que precisava (re)aprender a dar “voz” ao hemisfério direito e como ele processa o mundo: sinestésico, intuitivo e empático.

Ou seja, a gente não imagina como algumas coisas acabam tendo impactos muito mais profundos do que imaginamos. Uma palestra como pesquisa de estrutura para as minhas palestras me ajudou a entender o que estava sendo vivido ali na família…

Junto a isso, conheci as ideias da Ruth Chang, sobre como tomar decisões difíceis (veja o TED “Como Fazer Escolhas Difíceis”). E vale o alerta de que precisamos nos capacitar para as decisões difíceis, pois vamos enfrenta-las com cada vez mais frequência neste mundo “V.U.C.A" (sigla em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo) que vivemos.

Chang, detalha como se dá o processo decisório em situações difíceis e apresenta a tese de que decidir é mais um ato de autoconhecimento, de coragem (e de criatividade, eu acrescentaria) que propriamente um análise puramente racional dos prós e contras entre opções. Demanda exercitarmos nosso “poder normativo” e, assim, construirmos quem queremos ser, e consequentemente, em qual mundo queremos habitar.

Pois bem, nossas escolhas, atos e decisões determinam muito mais do que o que está apenas diretamente relacionado a elas.

O incidente médico, acabou me deixando focado apenas na família e sequer tive energia para divulgar um projeto muito especial do qual participei. Faço-o agora!

A campanha “Prius Por Um Dia” é um registro de meu dia “normal” de trabalho, com design, música e arte. Com uma diferença, tudo isso aconteceu enquanto eu dirigia um Toyota Prius Híbrido (e compartilhava minhas ideias sobre identidade, criatividade e sustentabilidade).


Estes temas, pelos quais sou apaixonado, foram abordados também na palestra que dei no PixelShow em agosto, onde mostrei um pouco do meu processo criativo com a palestra “Crie (s)em Crise: usar a sua história para conectar pessoas e gerar valor”.

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E foram, também, colocados em prática com pessoas queridas no projeto Trama Afetiva, e que podem ser conferidas também no livro que foi lançado com nossas impressões e aprendizados (download gratuito na página do projeto).

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Mais uma vez, digo, a gente não imagina o tamanho das transformações que estão por trás das ideias que colocamos em prática. O poder que tem os nossos pensamentos e as nossas ações.

Em 2019 quero continuar criando e colaborando com pessoas, marcas, empresas e instituições que queiram construir, junto, um mundo melhor para TODxS!

Desejo serenidade e sabedoria para investimentos de energia onde vale a pena, pois precisamos dela para criar, construir e proteger o mundo diverso, tolerante e amoroso (e sustentável) que acreditamos!


Um pouco do meu 2018 (sou muito grato a todas as pessoas que estiveram junto nele, antes, durante e depois):


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